Esse Sr. da foto é meu sogro, pai do B, que assim como ele se chama Armando. Quando a mãe do B engravidou dele e da irmã, ela já estava com 45 anos, e Seu Armando com 50, ( acho que é assim), os médicos recomendaram tirar as crianças, por causa da idade avançada da D. Maria, mas eles não quiseram, e decidiram tentar, correndo todos os riscos. E quando os gêmeos nasceram S. Armando resolveu chamar a menina de Amanda e dá o seu o nome pro B.
Antes de você conhecer o B conhece o S. Armando primeiro, foi assim comigo. Um dia uma amiga me perguntou o que tinha feito eu me apaixonar por ele, e eu disse que foram vários pontos, um dos mais importantes foi a forma que ele honra seu pai e sua mãe. E minha mãe sempre me falou isso, que agente conhece um homem pela forma dele tratar seus pais.
O B tem orgulho do pai desde que nasceu, porque ele não permitiu que tirasse as crianças, porque lhe deu seu nome, porque lhe educou muito bem à sua maneira. Que aos olhos dos outros pode parecer uma educação muito severa, retrô ou diferente, mas nunca lhe encostou um dedo, não precisava, só o olhar, as palavras, o jeito de se impor já bastava. E como disse, os outros pode achar diferente, mas para o B foi a melhor educação que ele podia ter recebido, o S. Armando é o melhor pai que Deus podia lhe dá. E isso que é importante. Nunca vi ninguém amar tanto um pai como o B ama S. Armando, com ele mesmo diz, ‘ele é meu ídolo, meu herói, o cara’. Dificilmente você vai bater um papo com o B pro nome do S. Armando não vir a tona, numa história, num exemplo, numa lembrança. E isso é amor, porque ele faz o pai ser presente na vida dele, mesmo estando longe.
Infelizmente S. Armando tá muito doente, e consequentemente o B tá muito triste, ele tem diabete desde que o B nasceu, e há pouco tempo foi diagnosticado mal de Alzheimer, e ele tá sofrendo muito com as consequências que essa doença traz. Meu B tá desolado, abalado, às vezes pergunta a Deus porquê com o pai dele, porque fazer ele sofrer assim, passar por tudo, às vezes pergunta porquê ele ta longe nessa hora, nesse momento que ele queria tanto tá perto, pra ajudar, pra cuidar, abraçar, ver... E eu fico sem saber o que falar, o que fazer. Agente nunca sabe como reagir. Eu acho que é importante deixar a pessoa desabafar, chorar, viver a dor, a dor que é só sua. Eu sou católica, tenho muita fé em Deus, acho que nesses momentos não podemos desesperar, temos sim que tentar ficar mais perto de Deus pra receber o consolo Divino, por mais dificil que seja. Mas me parte o coração de ver meu B sofrendo assim e eu só podendo ficar perto, abraçar e dá meu ombro.
Aqui S. Armando com o 'cabra bom' ( era assim que ele chamava o Dom), nas nossas férias em Julho.